segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

«Não sei há quantos dias ando nisto, sempre ouvi dizer que o amor faz dos estúpidos inteligentes e torna as pessoas inteligentes em estúpidas, mas sinto-me cada vez mais idiota, estupidamente idiota, mergulhado numa espécie de estado de graça quase divina, como se ser feliz também fosse não querer saber de nada, não me importar com coisa nenhuma, não ser nunca mais obrigado a pensar em nada, só sentir e amar e amar e sentir(...)E acredita é como se sentisse o mundo inteiro na mão a pulsar em golfadas silenciosas, uma espécie de poder que só sente quem ama e se entrega, quem aceita o bilhete sem volta de uma viagem alucinante ao outro lado da vida, ao lado onde não há tempo nem medo, onde palavras, gestos e sentimentos só servem para amar. Dizem que isto não dura sempre, que a paixão é um estado que diminui um homem e o escraviza ao desejo dos sentidos, mas não acredito que não possa ser verdade e que não possa ser a melhor coisa do mundo.
Vivo, respiro, durmo e alimento-me de paixão, olho à minha volta e vejo-te em todos os cantos, a tua voz paira ainda no ar a chamar-me baixinho e a dizer quero-te, quero-te, quero-te e é por isso meu amor, que não sei há quantos dias, meses, anos me perdi em ti e neste amor, mas não quero saber, já não me importo com nada, quero lá saber do frio, do calor, da chuva, dos impostos, do partido...»